top of page

Desde cedo aprendemos a erguer muros invisíveis. Criamos defesas, máscaras e estratégias para nos preservar, acreditando que, por sermos indivíduos, precisamos estar sempre em alerta diante do outro. A multiplicidade da vida, com tantas diferenças de pensamentos, culturas e comportamentos, desperta em nós a sensação de ameaça. Então nos fechamos. Mas, ao nos proteger do possível ferimento, também nos distanciamos da verdadeira experiência de conexão.

Esses obstáculos que levantamos — medo, julgamento, desconfiança — podem até parecer necessários, mas acabam se transformando em prisões internas. Carregamos o peso de manter barreiras erguidas, sempre atentos ao perigo que muitas vezes existe apenas em nossa mente. O resultado é cansaço, solidão e a sensação de separação.

Liberar esses obstáculos é um ato de coragem. Deixar ir não significa nos expor cegamente, mas confiar na inteligência maior da vida. É abrir espaço para que nossa Presença Interior, que conhece a Unidade por trás da multiplicidade, nos guie. Quando soltamos o controle, percebemos que não precisamos viver em constante defesa.

Cada vez que escolhemos soltar um medo, um ressentimento, uma crença de separação, damos um passo em direção à liberdade. Ao invés de paredes, passamos a construir pontes. Descobrimos que o outro não é um inimigo a ser evitado, mas um reflexo da mesma vida que pulsa em nós.

A multiplicidade deixa de ser um campo de ameaças e se transforma em um campo de celebração. Podemos reconhecer a diversidade sem medo, porque nossa segurança não depende do controle, mas da confiança na Unidade que sustenta tudo.

Deixar ir é abrir-se para a vida como ela é — vasta, múltipla e ao mesmo tempo una. É permitir que o coração, antes fechado pela defesa, volte a respirar leveza, confiança e pertencimento.

  • Facebook
  • LinkedIn
  • Instagram
Prática
bottom of page