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Seja a Tela, não o Quadro.

Atualizado: 8 de fev.


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Imagine sua vida como um quadro em constante evolução, onde cada momento é uma nova pincelada. Há dias em que o pincel traça cores suaves e harmoniosas, criando paisagens de paz e alegria. Em outros, ele risca o quadro com tons sombrios, carregados de desafios, perdas e dor. Ainda assim, a tela sobre a qual essas cores se misturam permanece intocada, pura e imutável.


A tela é sua essência. Ela não se opõe às cores; ao contrário, as acolhe com total abertura. Não rejeita o azul sereno nem o cinza tempestuoso, porque entende que ambos fazem parte da obra maior. Da mesma forma, sua essência é o espaço onde tudo acontece – alegrias, tristezas, conquistas e fracassos – sem nunca ser diminuída ou destruída por essas experiências.


O paradoxo é que, enquanto estamos envolvidos na pintura, tendemos a nos identificar com as cores: "Eu sou a alegria deste amarelo vibrante" ou "Eu sou o peso deste cinza denso." Nos esquecemos de que somos, na verdade, a tela – o pano de fundo imutável que permite que a pintura exista. Essa confusão nos faz sofrer, porque começamos a acreditar que as cores, que são temporárias, definem quem somos.

Mas e se, por um momento, você pudesse recuar e observar? O que veria? A tela nunca se queixa de como é pintada. Não luta contra o pincel, nem tenta apagar as pinceladas já feitas. Ela simplesmente é – e, ao ser, sustenta a criação sem perder sua integridade. Você também pode ser assim: o observador tranquilo, o espaço que acolhe a experiência sem se perder nela.


A verdadeira liberdade surge quando você percebe que não é a pintura, mas a tela. Essa compreensão não significa negar as cores da vida – os altos e baixos, as tempestades e os dias de sol – mas aceitá-los sem apego. Significa abraçar tudo o que vem, sabendo que nada pode realmente tocar sua essência.


E o mais belo é que, quando você para de lutar contra o pincel da vida, algo extraordinário acontece. Até as tempestades começam a fazer sentido, e você percebe que cada cor, mesmo a mais sombria, tem seu papel na obra-prima que está sendo criada. A tela não apenas suporta o processo; ela o celebra. Ela sabe que cada cor adiciona profundidade, textura e significado ao quadro.


Então, quem você escolhe ser? A cor que muda ou a tela que sustenta? Lembre-se: a essência não é indiferente; ela é infinita. E é nesse infinito que reside sua verdadeira força. Como a tela que acolhe todas as cores, sua essência é o espaço onde a vida pode se expressar plenamente, mas nunca é limitada por ela.


Criado por Wanderlei Bohnstedt



 
 
 

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